quinta-feira, 10 de março de 2011

ECONOMIA

ECONOMIA E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS

Teoria das vantagens comparativas.

A idéia síntese, da teoria das vantagens comparativas, é a de que um país que participa do comércio internacional, deve especializar-se em um produto no qual ele venha a ter vantagens comparativas, pois assim ele conseguirá, através do comércio, maiores quantidades de outros produtos usando a renda auferida através da produção especializada.

A concepção das vantagens comparativa foi desenvolvida no início do século XIX por David Ricardo, um economista inglês, financista e membro do parlamento. Na sua versão simplificada levantou as seguintes hipóteses:

  1. Concorrência perfeita
  2. Ausência de custos de transporte
  3. Custos de produção constantes
  4. Trabalho como o único fator de produção
  5. Comércio bilateral entre dois países.

Para entendermos isso, levantaremos a seguinte suposição representada na tabela abaixo:

Países

Vestuário 

Alimentos 

Estados Unidos 

3 peças 

2 ton. 

Brasil 

4 peças 

1 ton.  

  • Um trabalhador no Brasil pode produzir 4 peças de vestuário ou 1 tonelada de alimentos, alternadamente. E, o trabalhador dos Estados Unidos produz 3 peças ou 2 toneladas de alimentos. Assim o Brasil tem vantagens absolutas na produção de vestuários e os EUA, têm vantagem absoluta na produção de alimentos. Sem o comércio entre os países as 4 peças de vestuário produzido no Brasil são iguais a 1 ton de alimentos. Mas, se comercializar com os Estados Unidos 2 peças de vestuário podem ser trocadas por 1 tonelada de alimentos, com vantagens para ambos os países.
  • Se a situação apresentar vantagens absolutas para os Estados Unidos em ambas produções como mostra a tabela abaixo:

    Países

    Vestuário 

    Alimentos 

    Estados Unidos 

    6 peças 

    3 ton. 

    Brasil 

    4 peças 

    1 ton.  

    Ainda assim é interessante a especialização, senão vejamos; Se os Estados Unidos produzisse somente alimentos, com uma tonelada, nos EUA é igual a 2 peças de roupa. Como o comércio internacional ele poderá comprar com 1 tonelada as quantidades acima de 2 e abaixo de 4 peças produzidas no Brasil. O Brasil, por sua vez, poderia com 1 peça de vestuário poderia trocar por quantidades maiores que ¼ tonelada de alimento até ½ tonelada de alimento norte americano, melhor do que se o fizesse no Brasil, onde a relação roupa alimento é de 1 para ¼ tonelada de alimento.

    Então, no caso da especialização norte americana em alimentos com uma tonelada de alimento ele obtém (p.ex.), 3 peças de vestuário no mercado internacional quantidade superior as 1 por 2 que se conseguiria no mercado interno. E, o Brasil, ao vender seus vestuários de 1 para 1/3 ton de alimento esta conquistando maiores quantidades de alimento que conseguiria no mercado interno de 1 para ¼ .

    Essa vantagem comparativa, porém não poderão definir os preços que irão realizar-se essas transações já que os preços são definidos pela oferta e pela procura mundial.

    A teoria das vantagens comparativas demonstra a importância do livre comércio entre as nações na busca de progresso e desenvolvimento econômico. Porém, como iremos ver mais adiante, outras considerações deverão ser levantadas quanto à proteção das produções locais (barreiras), e suas justificativas.


     


     

    Efeito do comércio internacional sobre o mercado interno.


     


     

    O diagrama acima mostra o que acontece a um mercado (de aço p.ex) quando um determinado país abre sua economia e passa a exportar o produto.

    Quando a economia esta fechada a demanda limita-se a linha D1. Quando o país passa a exportar a demanda aumenta para D2. O produto que era vendido ao preço de 'A' passa a custar 'b'. Assim a quantidade comprada pelos consumidores internos cai de 'q' para 'q1', porém as quantidades vendidas pelos vendedores aumentam para 'q2'.

    Porém nem sempre o pais é exportador... Se os preços internos forem inferiores ao Preço Mundial, ela exportara; porém, se os preços internos forem maiores que os preços externos, ela importará o produto.

    Se o país importa os preços internos tendem a caírem; porém, se o país exporta os preços internos tendem a elevarem-se.


     

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    Como o preço mundial é maior que o preço interno, esse país tornar-se-á exportador. A diferença entre a quantidade demandada internamente e a oferecida ao preço mundial, é a quantidade exportada.

    Nesse caso, o comprador interno comprará menos aço e pagará preços maiores, porém os vendedores internos venderam mais aço a preços maiores. Então, para o país como um todo, o que será maior; a perda dos compradores nacionais ou os lucros dos vendedores?

    Para responder essa pergunta levantaremos a seguinte suposição; antes da exportação o preço do aço era de $10 e a quantidade negociada do produto era de 14, resultando numa produção nacional do produto de 10X14=140.

    Após a abertura comercial os preços passaram $14 e a quantidade vendida passou para 25 e o produto nacional cresceu então para 14X25= 350.


     


     


     


     


     

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    Porém, quando o preço mundial (depois do comércio internacional) é menor que o preço interno (antes do comércio internacional), o país importará o produto. Nesse caso os vendedores internos venderão menos a preços menores, ao contrário dos compradores que comprarão quantidades maiores. Qual é a situação mais interessante para o país? Teoricamente, as vantagens do consumidor serão maiores que as desvantagens dos produtores, porém essa questão tem que ser avaliada dentro de um contexto mais amplo na qual a preservação dos empregos no país, e das empresas nacionais terão que ser consideradas.

    Mercado de Câmbio e Política Cambial

    O Brasil exporta 12% de seu produto interno.

    Quando importamos temos que pagar com a moeda do exportador, por isso recorremos ao Mercado de Câmbio para trocar a moeda nacional (o real) pela moeda do vendedor (geralmente o dólar). O preço da moeda estrangeira em relação à moeda nacional é a Taxa de Câmbio.

    Outro custo na importação, além da taxa de câmbio, é o imposto de importação, que pode ser um imposto específico sobre o produto ou sobre o valor (ad valorem). Porém, para facilitar nosso raciocínio vamos nos abstrair desse dado e considerar a inexistência de custos de importação exportação (transporte e impostos).

    Mercado de Câmbio


     

    A demanda por dólares no mercado brasileiro é constituída de:

  1. Importações (incluindo turismo).
  2. Investimentos de brasileiros na produção em outros países.

    A oferta de dólares no mercado brasileiro é constituída de:

  3. Exportações de produtos brasileiros e serviços brasileiros: carros, café, serviços turísticos etc.
  4. Investimentos estrangeiros na produção nacional. Quando empresas estrangeiras instalam-se no Brasil, ou ampliam instalações já existentes.
  • Quando a oferta de dólares reduz da curva O1 para a curva O2, o preço do dólar em relação ao real, sobe de 'x' para 'x+1'. Ou seja, por exemplo, se 1 dólar custa 2 reais , agora 1 dólar será igual a 3 reais. Esse aumento é resultado do desinteresse dos investidores por produtos brasileiros ou a diminuição dos investimentos estrangeiros no Brasil.
  • As medidas que poderão ser tomadas pelo governo são;
  • O governo pode usar suas Reservas Cambiais, (estoque de dólar mantido pelo governo brasileiro), para comprarem reais, mantendo artificialmente a demanda por reais. Essa medida é limitada apela quantidade de dólar disponível nas Reservas Cambiais do país.
  • O governo pode aceitar o novo patamar do câmbio 'x+1', e assim operar com essa nova taxa, reduzindo a troca de moeda (ou a atividade de comércio internacional).
  • O governo poderá impor restrições às importações de produto estrangeiras reduzindo a demanda por dólares de 'd1' para 'd2'. Assim o preço da moeda brasileira é mantida (d2;O2 = preço x), mas reduz-se a quantidade de moedas trocadas de 'y' para 'y-2'.
  • Como conseqüência da manutenção do câmbio no nível 'x', a atividade econômica deverá cair com a redução das exportações e importações que serão menores do que, se fosse mantido o preço 'x - 1'. Essa medida é restritiva ao crescimento econômico, atingindo também a atividade interna, pois reduz a atividade econômica com o resto do mundo de 'y-1' para 'y-2'.

    Calculando a taxa de Câmbio: Taxa de Câmbio Nominal e Taxa de Câmbio Real.

    Taxa de Câmbio

    Existem 2 tipos de taxa de câmbio:

  • Nominal
  • Real.

    'Câmbio nominal' é a relação de uma moeda com outra.

    Ex: R$ 1,00 = US$ 0,38

    Ou: US$ 1,00 = R$ 2,65

    Questões:

  1. Se US$ 1,00 = 1,31 euros,

    então 1 euro = US$................


     

  2. Se 1 iene =0,0095 dólar,

    então 1 dólar = ...........iene.


     

    'Câmbio Real' é a relação comparativa de preços de um produto de um país com outro.

    Por Exemplo: onde é mais caro o Hambúrguer nos EUA, (2 dólares), ou no Brasil, (8 reais). Considerando o câmbio como US$ 0,38.

    Então: preço nacional
    X
    câmbio nominal
    em dólar /
    preço estrangeiro
    = câmbio real.

    Assim, 8 X 0,38/ 2 = 3,04/2 = 1,52 dólar.

    Então: 1 hambúrguer americano = 1,52 hambúrguer brasileiro.

    Nesse caso podemos dizer que o câmbio real é igual a 1,52 reais.


     

    Ou de outra forma: considerando o câmbio nominal de R$ 2,65.

    Assim, 2 x 2,65 / 8 = 5,3 / 8 = 0,6625 dólares.

    Então: 1 hambúrguer brasileiro = 0,6625 hambúrguer americano.

    Nesse caos podemos dizer que o câmbio real é igual a 0,6625 dólares


     

    Questões:


     

  3. Calcule o câmbio real:
  4. Sapato no Brasil custa 100 reais, e na Itália custa 27 euros. A onde ele é mais barato. Considerando o câmbio nominal como 0,285 euros? R= 100 x 0,285/27 = 1,055 real. Ou seja 1 sapato italiano = 1,055 sapato do Brasil.
  5. Um terno Inglês custa 400 euros e 1 mil reais. Onde ele é mais caro considerando que a txa. de câmbio nominal é igual 3,5 reais? R= 1 terno brasileiro = 1,4 terno inglês.
  6. Um carro no Japão custa 1.170.000,00 ienes e 11.400, 00 dólares nos EUA. Onde ele é mais caro considerando o câmbio nominal como sendo 0,0095 dólares? R= 1 carro japonês = 0,975 americano.

    Bibliografia;

  • Costa, Fernando Nogueira – Economia em 10 lições – Cap 8 - Makron Books – SP - 2000.
  • Wonnacott, Paul e Ronald. – Economia - Cap. 16 e 24 - Makron Books – SP – 2ª ed.- 1994

    Mankiw, N. Gregory, Introdução à Economia – Cap. 9 Campus 1998.

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